A DISPUTA DO COMETA : MATEMÁTICA E FILOSOFIA NA CONTROVÉRSIA ENTRE MANUEL BOCARRO FRANCÊS E MENDO PACHECO DE BRITO ACERCA DO COMETA DE 1618

Autores

  • Carlos Ziller Camenietzki carlos.ziller@terra.com.br
    Mast/MCT – UFRJ
  • Luís Miguel Carolino carolino@uevora.pt
    Centro de Estudos de História e Filosofia da Ciência da Universidade de Évora
  • Bruno Martins Boto Leite brunohistoria@yahoo.com.br
    Mast/MCT

DOI:

10.47976/RBHM2004v4n703-18

Palavras-chave:

História da Astronomia, Cosmologia, Portugal – século XVII

Resumo

É reconhecida há muito a importância que as observações de cometas tiveram no debate cosmológico na época do Renascimento e inícios da Idade Moderna. De uma forma geral, defende-se que o recurso crescente a técnicas matemáticas na observação astronômica de cometas –em particular, a técnica da paralaxe – pôs à disposição novos dados que foram decisivos para a defesa de modelos cosmológicos alternativos inspirados no resurgimento renascentista das filosofias neoplatonica e estóica, contribuindo, deste modo, para a recusa da cosmovisão aristotélica. Contudo, estudos de caso têm demonstrado a capacidade do Aristotelismo renascentista em conviver de forma convincente com as “novas” evidências astronômicas e seus argumentos matemáticos. Neste artigo pretende-se demonstrar o importante papel que os diferentes sistemas filosóficos tiveram no debate matemático sobre cometas. Ele centra-se na controvérsia sobre o cometa de 1618 em Portugal e, em particular, na polêmica que opôs, de forma impetuosa, os matemáticos portugueses Manuel Bocarro Francês e Mendo Pacheco de Brito. Apesar de ambos estarem de acordo sobre a importância da matemática no estudo da cosmologia, Bocarro Francês e Pacheco de Brito defendiam posições bem diferentes no que toca à cosmologia, demonstrando, desta forma, a diversidade e a heterogeneidade que caracterizava o meio intelectual português.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

ARIEW, Roger. “Theory of Comets at Paris during the Seventeenth Century”, Journal of the History of Ideas, 53 (1992), pp. 355-369.

BARKER, Peter, GOLDSTEIN, Bernard R. “The Role of Comets in the Copernician Revolution”, Studies in History and Philosophy of Science, 19 (1988), pp. 299-319.

HELLMAN, Doris. The Comet of 1577: Its place in the History of Astronomy, Nova Iorque, Columbia University Press, 1944.

JERVIS, Jane. Cometary Theory in Fifteenth-Century Europe, Dordrecht / Boston / Lancaster, D. Reidel Publishing Company, 1985.

NAVARRO BROTONS, Víctor. “La „Libra astronomica y philosophica‟ de Sigüenza y Góngora: la polémica sobre el cometa de 1680”, Cronos, 1 (1999), pp. 105-144.

LERNER, MICHEL-PIERRE. Le Monde des Sphères. 2 vol. Paris: Les Belles Lettres, 1996-1997.

CAMENIETZKI, Carlos Ziller. “O Cometa, o Pregador e o Cientista: António Vieira e Valentim Stansel observam o céu da Bahia no século XVII”, Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência, 14 (1995), PP. 37-52.

CAROLINO, Luís Miguel. “Philosophical teaching and mathematical arguments: Jesuit philosophers versus Jesuit mathematicians on the controversy of comets in Portugal (1577-1650)”, History of Universities, 16: 2 (2000), pp. 65-95.

Downloads

Publicado

04-11-2020

Métricas


Visualizações do artigo: 242     PDF downloads: 179

Como Citar

CAMENIETZKI, Carlos Ziller; CAROLINO, Luís Miguel; BOTO LEITE, Bruno Martins. A DISPUTA DO COMETA : MATEMÁTICA E FILOSOFIA NA CONTROVÉRSIA ENTRE MANUEL BOCARRO FRANCÊS E MENDO PACHECO DE BRITO ACERCA DO COMETA DE 1618. Revista Brasileira de História da Matemática, São Paulo, v. 4, n. 7, p. 03–18, 2020. DOI: 10.47976/RBHM2004v4n703-18. Disponível em: https://rbhm.org.br/index.php/RBHM/article/view/239. Acesso em: 8 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos