O QUE A HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO DO CÁLCULO PODE NOS ENSINAR QUANDO QUESTIONAMOS O SABER MATEMÁTICO, SEU ENSINO E SEUS FUNDAMENTOS

Authors

  • Renata C. Geromel Meneghetti rcmg@icmc.sc.usp.br
    Departamento de Matemática – ICMC – USP.
  • Irineu Bicudo ibicudo@rc.unesp.br
    Departamento de Matemática – IGCE – UNESP.

DOI:

10.47976/RBHM2002v2n3103-118

Keywords:

O QUE A HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO DO CÁLCULO PODE NOS ENSINAR QUANDO QUESTIONAMOS O SABER MATEMÁTICO, SEU ENSINO E SEUS FUNDAMENTOS

Abstract

Focalizando, principalmente, a história do desenvolvimento do cálculo, o presente artigo tem por propósito mostrar que existe uma profunda relação entre o caminhar da filosofia da matemática, o da história da matemática, o da própria matemática e em conseqüência, o da educação matemática. Quando direcionamos nosso olhar para a história da filosofia da matemática, de Platão ao século XVIII, evidenciam-se claramente duas vertentes filosóficas: o empirismo e o racionalismo. Por todo esse período, exceto em Kant, essas correntes se posicionaram como contrárias e excludentes, ou seja, enquanto uma defendia que a base do conhecimento jaz unicamente na experiência, a outra defendia que permanece unicamente na razão. Contradizendo as posições reducionistas dessas duas linhas filosóficas, a história do desenvolvimento do cálculo será aqui focalizada para explicitar, não somente que a produção matemática sofre influência da filosofia da matemática, como também, e principalmente, para mostrar que o cálculo se desenvolveu mediante a contribuição (de forma complementar) de ambas, empirismo e racionalismo; o que nos leva a defender (ou aderir à posição de) que, no processo de constituição do saber matemático, o aspecto lógico (vertente do racionalismo) e o intuitivo/empírico (vertente do empirismo) devem ser considerados equilibradamente. Do ponto de vista educacional, esse estudo vai ao encontro de pesquisas que defendem, no ensino do cálculo e da análise, a importância de se ter esse equilíbrio, como é o caso da que foi realizada recentemente por Reis (2001).

Downloads

Download data is not yet available.

Metrics

Metrics Loading ...

References

APOSTOL, Tom M. Calculus, vol.I, 2nd ed., John Wiley & Sons, New York, 1967.

BERKELEY, G. The Principles of Human Knowledge, Enciclopédia Britânica „Great Books‟, 1980.

BICUDO, I. Platão e a Matemática, Revista Letras Clássicas, n.2, pp.301-315, 1998.

________: Análise Não-Standard, Bolema n.8, ano7, pp.60-67, 1992.

BOYER, C.B.: The History of the Calculus and its Conceptual Development, Dover Publications, IC., New york, 1949.

BOYER, C. B. - História da Matemática, tradução de Elza F. Gomide, Editora Edgard Blücher Ltda e Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo (SP), 1974.

EDWARDS, JR., C.H.:The Historical Development of the Calculus, Springer-Verlag- New York, 1979.

DESCARTES, R. Regras para a Direcção do Espírito, Tradução de João Gama, Lisboa, edições 70.

__________, R. Discurso do Método, comentários de Denis Huiman, editora ática, 1989.

__________, R. The Geometry, Dover Publications, Inc. New York, 1925.

DEMOPOULOS, W. , Frege’s Philosophy of Mathematics, Havard University Press - Cambridge, Massachusetts- London, England, 1995.

Published

2020-11-05

Métricas


Visualizações do artigo: 1430     PDF (Português (Brasil)) downloads: 1797

How to Cite

GEROMEL MENEGHETTI, Renata C.; BICUDO, Irineu. O QUE A HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO DO CÁLCULO PODE NOS ENSINAR QUANDO QUESTIONAMOS O SABER MATEMÁTICO, SEU ENSINO E SEUS FUNDAMENTOS. Brazilian Journal on the History of Mathematics, [s. l.], vol. 2, no. 3, p. 103–118, 2020. DOI: 10.47976/RBHM2002v2n3103-118. Disponível em: https://rbhm.org.br/index.php/RBHM/article/view/263. Acesso em: 20 may. 2024.

Issue

Section

Artigos