Perscrutação Matemática do Acaso: Um Olhar Histórico sobre os Primórdios

Autores

DOI:

10.47976/RBHM2024v24n48177-201

Palavras-chave:

Modernidade, História, Acaso, Matemática, Probabilidades

Resumo

A condição moderna, ao plasmar a rutura da experiência Ocidental quanto ao fundamento da ação humana na história, deu azo a todo um conjunto programático com vista ao controlo do existente e, por osmose, à depuração da contigência que o carateriza. O artigo reflete e problematiza o modo como, a partir da centúria de quatrocentos, se buscou antecipar matematicamente o acaso. Discute e analisa os principais contributos para o desenvolvimentos das teorias da probabilidade. De entre os resultados sinalizam-se: (i) as análises desenvolvidas em Itália e, posteriormente, em França, para lidar quantitativa e cientificamente com a incerteza; (ii) os argumentos justificativos da abordagem matemática tardia dos jogos de azar; (iii) o modo como o contornar dos obstáculos levantados pelos hiatos existentes entre a teoria e a prática, a lógica matemática e a experiência concreta, se viria a revelar fundamental para a, ulterior, aplicação da teoria da probabilidade a uma panóplia de instrumentos usados para avaliação e gestão dos riscos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Manuel Menezes, ISMT; ICNOVA

Professor Auxiliar no Instituto Superior Miguel Torga – 2007 até ao presente. Investigador integrado no ICNOVA – Instituto de Comunicação da NOVA. Licenciatura em Serviço Social (1992, ISBB). Mestrado em Serviço Social (1998, ISSSL). Doutoramento em Ciências da Comunicação (2007, FCSH/Universidade Nova de Lisboa). Doutoramento em Serviço Social (2018, ISCTE-IUL). Coordenador da Licenciatura em Design de Comunicação (ISMT, 2008/2017). Professor Adjunto Convidado na ESE – IPCB (2021 até ao presente); Professor Auxiliar Convidado na FPCE – UC (2020/2021); Professor Adjunto Convidado na ESTG – IPV (2019/2020); Professor Auxiliar Convidado na Universidade Católica Portuguesa/Viseu (2007/2013). Assistente no Instituto Superior Bissaya Barreto (1992/2006, ISBB). Autor de diversas comunicações, ensaios/capítulos de livros. Publicou sete livros. No seu currículo Ciência Vitae os termos mais frequentes na contextualização da produção científica, são: Serviço Social; Assistentes Sociais; Neoliberalismo; Crise Económica; Protecção à Criança; Austeridade; Crianças em Perigo; Pobreza; Riscos Socias; Cidadania Activa; Empowerment; Política Social; Institucionalização; Comunicação; Percepção; Velocidade; Técnica; Acidente; Memória.

Referências

ACERBI, F. On the shoulders of Hipparchus: a reappraisal of ancient Greek combinatorics. Archive for History of Exact Sciences, 57(6), p. 465–502, 2003. https://doi.org/10.1007/s00407-003-0067-0

ARENDT, H. A vida do espírito: querer. Lisboa: Instituto Piaget (2000), 1978.

ARNAULD, A.; NICOLE, P. La logique ou l’art de penser. Paris: Éditions Gallimard (1992), 1662.

ARISTÓTELES. Tópicos. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda., 2007.

AUTOR, 2010

AUTOR, 2012

BAUMAN, Z. Modernidade e ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor (1999), 1991.

BERNSTEIN, P. Desafio aos deuses: a fascinante história do risco. Rio de Janeiro: Editora Campus (1997), 1996.

BERNOULLI, J. Ars Conjectandi. Translation by Bing Sung, Dept. of Statistics, Harvard University, 1713.

BROWN, R. History versus Hacking on probability. History of European Ideas, 8(6), p. 655-673, 1987. https://doi.org/10.1016/0191-6599(87)90163-X

CIOFFARI, V. Fortune, fate, and chance. The Dictionary of the History of Ideas, Vol. 2. Charlottesville, Electronic Text Center, University of Virginia Library, Vol. 2, p. 226-236, 2003.

CRUZ, T. Arte, mito e modernidade. Sobre a metaforologia de Hans Blumenberg. In Moderno e Pós-Moderno – Revista de Comunicação e Linguagens, nº 6/7, p. 173-190, 1988.

DASTON, L. Classical probability in the enlightenment. New Jersey: Princeton University Press (1995), 1988.

DAVID, F. Games, gods and gambling: a history of probability and statistical ideas. New York: Dover Publications (1998), 1962.

FERREIRA, M.; TAVARES, I.; TURKMAN, M. Notas sobre a história da estatística, 2002. https://bit.ly/46EVY6H

FOUCAULT, M. Qu’est-ce que la critique? Bulletin de la Société Française de Philosophie, p. 35-63, 1978.

GIGERENZER, G. et al. The empire of chance: how probability changed science and everyday life. Cambridge: University Press (1997), 1989.

GODFROY-GÉNIN, A. Pascal: la géométrie du hasard, Mathématiques et Sciences Humaines, p. 7-35, 2000. https://doi.org/10.4000/msh.2824

HACKING, I. El surgimento de la probabilidad. Barcelona: Editorial Gedisa (1995), 1975.

HACKING, I. La domesticación del azar: la erosión del determinismo y el nacimiento de las ciencias del caos. Barcelona: Gedisa (1991), 1990.

HARARI, Y. Sapiens: história breve da humanidade. Lisboa: Elsinore, 2023.

KARPINSKY, L.; SMITH, D. The Hindu-arabic numerals, 1911. https://bit.ly/3SQ1grg

LAPLACE, P. Théorie analytique des probabilités. Oeuvres Complètes de Laplace, Vol. 7. Paris: Gouthier-Villars (1866), 1820.

MIRANDA, B. Política e modernidade: linguagem e violência na cultura contemporânea. Lisboa: Edições Colibri, 1997.

PASCAL, B. Pensées de M. Pascal sur la religion et sur quelques autres sujets, qui ont esté trouvées après sa mort parmy ses papiers. Paris, Chez Guillaume Desprez, 1670. https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k57715n/#

RUELLE, D. O acaso e o caos. Lisboa: Relógio D’Água (1994), 1991.

SCHNEIDER, I. The introduction of probability into mathematics. Historia Mathematica, 3(2), p. 135-140, 1976. https://doi.org/10.1016/0315-0860(76)90029-X

SCHUESSLER, R. Probability in Medieval and Renaissance Philosophy. In Zalta, E. & Nodelman, U. (eds). The Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2023. https://bit.ly/3I9pGpn

SHAFER, G. The unity and diversity of probability. Statistical Science, 5(4). p. 435-462, 1990.

SHAFER, G. The early development of mathematical probability. Companion Encyclopedia of the History and Philosophy of the Mathematical Sciences. London: Routledge, p. 1293-1302, 1993.

SLATER, T. Gambling. The Catholic Encyclopedia, Vol. VI. Online Editition (2003), 1909. URL: https://bit.ly/44g1M4Z

SNELL, J.; GRINSTEAD, C. Introduction to probability: second revised edition. American Mathematical Society, 1997.

STEWART, I. Deus joga aos dados? Lisboa: Gradiva (2000), 1989.

STIGLER, S. The history of statistics: the measurement of uncertainty before 1900. Cambridge: Belknap Press (2000), 1986.

THIROUIN, L. Propositions sur le “Pari” de Pascal. Courrier du Centre International Blaise Pascal, 16, p. 25-29,1994. https://doi.org/10.4000/ccibp.591

THIROUIN, L. Le Hasard et les règles: le modèle du jeu dans la pensée de Pascal. Paris: Vrin, 1991.

TODHUNTER, I. A history of the mathematical theory of probability: from the time of Pascal to that of Laplace. Cambridge: Macmillan and Co., 1865.

Downloads

Publicado

13-09-2024

Métricas


Visualizações do artigo: 129     PDF downloads: 66

Como Citar

MENEZES, Manuel. Perscrutação Matemática do Acaso: Um Olhar Histórico sobre os Primórdios. Revista Brasileira de História da Matemática, São Paulo, v. 24, n. 48, p. 177–201, 2024. DOI: 10.47976/RBHM2024v24n48177-201. Disponível em: https://rbhm.org.br/index.php/RBHM/article/view/460. Acesso em: 24 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos